21.7.11

A Náusea

"Se não me engano, se todos os sinais que se vão acumulando são precursores de uma nova transformação brutal da minha vida, então tenho medo. Não que a minha vida seja rica, importante nem preciosa, mas tenho medo do que vai nascer, apoderar-se de mim e arrastar-me... Arrastar-me para onde? Vou ter outra vez de partir, deixar tudo em meio, as minhas pesquisas o meu livro? voltarei a acordar daqui a alguns meses. Daqui a alguns anos, derreado, desiludido, no meio de novas ruinas? Queria ver claramente o que se passa em mim, antes que seja tarde de mais." (Sartre, J.P., in A nausea, p.17)